terça-feira, 13 de novembro de 2012

Concepção de Infância

Olá pessoal,

Este trabalho sobre Concepção de Infância, eu tive que fazer para a faculdade, irei postá-lo para contribuir com seus conhecimentos. Um grande abraço, Bom estudo, boa leitura.
Inêz Carol

Ao longo de muitos anos a criança foi vista como um indivíduo irrelevante, com pouca visibilidade, contudo, a concepção de infância sofreu grandes mudanças nos últimos tempos. Estudos nos levaram a perceber que a criança é um ser histórico, social, com uma identidade própria, diferente do olhar do passado. Esta transformação sobre o pensamento infantil, foi um processo doloroso e longo, que perpassou pelos estudos de vários teóricos, para se chegar a visão atual.
A perspectiva assistencialista foi um dos pontos que mudaram. Hoje temos uma visão de que o cuidar e o educar são indissociáveis, e dentro das instituições de Educação Infantil, os dois andam atrelados. Neste sentido, estas alterações se deram pelas mudanças no panorâmico histórico, social, econômico, que exigiram uma nova postura não só da ideia de infância, como do atendimento às crianças, pensando num todo, desde o planejamento, aos métodos, práticas utilizadas nesta fase, ao espaço enfim, tudo que contemple o bem estar físico, emocional e educacional deste pequeno indivíduo.
Para se discutir concepção de infância, precisamos valorizar a história como sendo relevante para o entendimento, mudança de muitos paradigmas e intervenção em nossa prática. Os estudos vieram nos mostrar que a educação romana tinha como forte característica desde pequeno, a imitação do adulto, até sete anos a mãe era a educadora e após o pai assumia a educação como sendo a verdadeira, a menina ficava mais tempo com sua mãe e o menino acompanhava o pai. Já na idade medieval, as crianças são vistas como adultos em miniatura. Só na idade moderna o adulto passa a começar mudar sua ideia sobre a criança, que assume um papel importante na sociedade, sendo respeitado com um indivíduo bio, psico, social. Diante destas alterações, a escola também começa a modificar seu olhar, podemos citar Frobel, que criou os jardins de infância, pensando no bem estar do pequeno, porém, na concepção froebeliano, as crianças eram como flores que deveriam ser bem cuidadas para crescerem bem. Segundo Kuhlmann, Froebel acreditava numa educação materna ministrada por jardineiras com grande espírito feminino.
“ Ao defender que a educação fosse ministrada por jardineiras, Froebel, conclamava as mulheres a transcender seus papéis domésticos privados e aplicar suas qualidades maternais no contexto público de uma instituição – ao que chamou de maternidade espiritual.” (Kuhlmann, 2011.pg108).
Outros autores atualmente acreditam ao contrário de Froebel que dentro dos Centros de Educação Infantis, não há uma preocupação única com o cuidar, já que ambos, cuidar e educar estam atrelados ajudando na formação da identidade e autonomia da criança. Essa ideia parte do conhecimento que o indivíduo é um ser integral, completo e não fragmentado. A instituição tem papel social na formação de sua totalidade acrescentando a este ser conhecimentos culturais valorizando sua identidade.
“A instituição de educação infantil deve tornar acessível a todas as crianças que a
frequentam, indiscriminadamente, elementos da cultura que enriquecem o seu
desenvolvimento e inserção social. Cumpre um papel socializador, propiciando o
desenvolvimento da identidade das crianças, por meio de aprendizagens
diversificadas, realizadas em situações de interação “(BRASIL, 1998, p. 23)

Os avanços quanto ao pensamento infantil, também nos remetem a uma preocupação com o que se ensinar, como ensinar e a quem ensinar. Isto exige estudo contínuo sobre planejamento e avaliação por parte do profissional. Planejar segundo o dicionário Ximenes, significa projetar que é fazer plano que segundo o mesmo dicionário é um conjunto de métodos e procedimentos para a realização de algo. No entanto, planejar direciona o trabalho fazendo com que o ambiente infantil não fique ocioso, de forma a não contemplar os conhecimentos vividos e vivenciados naquele ambiente. Em sala de aula principalmente nesta fase o improviso caracteriza falta de preparo do professor que assumiu um compromisso de ajudar as crianças a sistematizarem suas experiências. E a avaliação tem o papel fundamental de reflexão da prática.
Depois que este profissional já tem em mente o planejamento, é importantíssimo ele promover um ambiente alfabetizador, com cartazes de músicas, histórias, manuseio de livros, cantinhos e momentos de leitura, tudo isto faz com que aquela criança entre em contato com estímulos externos e a leve ter prazer na leitura, levando isto para toda sua vida escolar.
Dentro da rotina também são realizados momentos riquíssimos de roda de conversa, horário de audição dos sentimentos, vontades, inquietações, de observação daquela criança, do seu desenvolvimento e aprendizado. É muito importante que uma atividade se inicie com a roda de conversa e finalize nela, assim além da oralidade também é trabalhado limites como esperar sua vez para falar, isto ajuda na dicção, na elaboração dos pensamentos enfim, o professor pode enxergar o aprendizado daquele indivíduo.
As atividades realizadas precisam ser pensadas de forma lúdica, com brincadeiras dirigidas, com objetivos específicos, pois ludicidade para criança a ajuda a aprender, brincando.
Enfim, a Educação Infantil exige uma formação continua, de muito estudo tanto da história para não repetirmos os erros, quanto do presente para acertarmos sempre.